Review - Stand Up And Fight (Turisas)

Stand Up And Fight (Turisas)
(2011, Century Media)

Os finlandeses Turisas podem apresentar a capa menos inspirada e o mais óbvio título de álbum neste seu regresso em 2011, mas não se iludam: Stand Up And Fight é a mais brilhante obra apresentada pela companhia liderada desde os finais dos anos 90 por Nygard e Wickstrom. À sua veia guerreira que tanto conjugava power metal, como black metal, como folk, e mesmo sinfónico e coral, os Turisas de agora apresentam tudo isso mas elevado a um superior patamar de qualidade e intensidade. Pela primeira vez são usadas cordas e metais verdadeiros e desde logo a componente orquestral/sinfónica/cinematográfica atinge níveis de classe assombrosos, brilhantes e verdadeiramente empolgantes. Depois, juntem-se majestosos coros, melodias fantásticas, poder guerreiro, arranjos soberbos e minuciosamente trabalhados, exemplar desempenho quer dos músicos quer em termos vocais. Neste particular deixem-nos focar um pouco mais: os guturais são cada vez em menor percentagem e usados muito bem integrados em partes mais duras e agrestes, e é nos vocais limpos que Nygard se começa a assumir como um vocalista de eleição. Não só pela diversidade, podendo cantar completamente limpo, como ligeiramente arranhado, mas pela qualidade do seu registo tenor. Verdadeiramente fantástico a sua forma grave, melancólica e melódica de abordar alguns trechos dos temas. Em termos de canções, o álbum com um brilhante The March Of The Varangian Guard, que em termos temáticos situa o ouvinte no ponto onde The Varangian Way havia terminado, ou seja em Constantinopla. Esta é uma abertura com uma melodia cativante, um excelente refrão e muita orquestração. Take The Day! marca pela sua capacidade de se ir auto-transformando. Começa com Nygard no seu registo tenor a liderar magníficos arranjos orquestrais que irão desembocar num refrão forte, com vocais agressivos, por momentos quase black metal, complementado por majestosos coros. A costela festiva/folk, na linha de Korpiklaani e afins surge ao terceiro tema, Hunting Pirates, para Vanetoi Prasinoi voltar a colocar o álbum no topo do mundo. Muito teatral/circense e simultaneamente muito forte quer em termos rítmicos quer em termos vocais apresenta uma secção de metais verdadeiramente fantástica bem ao nível de… Hollywood! Stand Up And Fight fecha a primeira metade do disco a mostrar uns Turisas com as habituais melodias guerreiras. E se esta primeira metade do disco se assume de enorme qualidade, a segunda metade consegue superá-la. The Great Escape pode não parecer à primeira audição mas é um dos temas mais brilhantes de todo o álbum. Abre de forma crua e dura e, gradualmente, vai evoluindo para outras nuances, como sejam apontamentos circenses, secções orquestrais muito fortes (chega a lembra a Guerra das Estrelas!), coros belíssimos para terminar em registo piano com uma sublime orquestração. Simplesmente brilhante! Fear The Fear é um dos temas mais ricos em pormenores de composição com mais uma apresentação soberba de coros. End Of An Empire é um magnífico épico de mais de sete minutos. Linhas de piano sensacionais cruzadas com coros, orquestrações e deliciosas melodias fariam deste tema o encerramento ideal de um grande álbum. Mas não! Os Turisas quiseram ainda oferecer outra pérola, mas desta vez algo diferente: The Bosphorous Freezes Over é uma peça sinfónica/coral de uma sensibilidade só ao alcance de génios. E no fundo é diante de génio que estamos. E Stand Up And Fight é a materialização de toda uma genialidade. Indispensável em qualquer discografia!

Tracklisting:
1- The March Of The Varangian Guard
2- Take The Day!
3- Hunting Pirates
4- Venetoi Prasinoi!
5- Stand Up And Fight
6- The Great Escape
7- Fear The Fear
8- End Of An Empire
9- The Bosphorous Freezes Over

Lineup:
Warlord Nygard – vocais e teclados
Jussi Wickstrom – guitarras
Olli Vanska – violino
Hannes Horma – baixo
Netta Skog – acordeão
Tude Lehtonen – bateria

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Edição: Century Media

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