Entrevista - Head:Stoned

A mudança de Headstone para Head:Stoned não se mostrou significativa em termos de sonoridade e a banda do Porto que consegue fazer reviver, como ninguém, o velho espírito do thrash metal assina com I Am All o seu primeiro longa duração, legitimo sucessor do aclamado EP, Within The Dark. Vitor Fanco (vocalista) e Augusto Peixoto (baterista) apresentam o processo de crescimento de uma banda cada vez mais em destaque no panorama nacional.

Desde o lançamento do EP que vocês se viram envolvidos num processo legal devido ao vosso nome. O que aconteceu realmente e a situação está agora definitivamente encerrada?
Vítor Franco (VF): Não chegamos a estar envolvidos em nenhum processo legal…
Augusto Peixoto (AP): Fomos contactados por uma banda sueca a reivindicar os direitos sobre o nome Headstone e, muito sinceramente, na altura não ligamos nenhuma nem nos mostramos minimamente preocupados com tal abordagem!
VF: A questão deles, no fundo, até era legítima. A atitude é que foi completamente mesquinha, entraram logo com a ameaça de meter os advogados deles ao barulho, etc. Como, na altura, nem sequer éramos conhecidos cá no Porto, quanto mais no resto da Europa, nem tínhamos qualquer registo gravado, resolvemos ignorar, pura e simplesmente.
AP: Entretanto começamos a preparar o álbum I Am All e como a Major Label Industries resolveu assinar connosco a edição do álbum, relembrei esse pormenor dos direitos do nome e achou-se por bem mudar o nome para não haver qualquer tipo de conflito! E foi precisamente o que fizemos, fizemos uma pequena alteração, a fonética é praticamente a mesma e com isso desligamo-nos desta situação.

E esse tipo de questões de alguma forma afetou a vossa concentração no processo de composição?
AP: Com certeza que não, nada mesmo! Mau seria se tal acontecesse!
VF: De todo! Aliás, quando o nome foi alterado, já o álbum estava gravado. Esperamos até que uma editora “pegasse” em nós para expor essa situação. Eles, melhor que nós, saberiam se seria realmente necessário mudar de nome ou não.

Sentindo que tinham criado um excelente EP e sabendo que as expectativas tinham subido, de que forma é que vocês partiram para a composição de I Am All?
AP: Precisamente da mesma forma que o E.P. foi composto! Aliás, o álbum, tem alguns temas bem mais antigos que os que apareceram no E.P. e a nossa forma de compor é a mesma de sempre, os 5 elementos na sala de ensaio a debitar ideias e a definir os temas! Muito sinceramente não tínhamos expectativas nem preocupações sobre como o álbum iria soar e, se iríamos defraudar fosse quem fosse!
VF: Não tínhamos expectativas… apenas temas já compostos e ideias para outros. O processo foi, basicamente, o mesmo. Não nos levamos demasiado a sério para nos preocuparmos com isso.

E agora, com o trabalho cá fora, estão totalmente satisfeitos com o resultado final? Era esse o produto que imaginavam ser capazes de produzir?
AP: Estamos plenamente satisfeitos, com os temas, com a produção, com tudo! Foi o melhor que soubemos fazer na altura e, pelo menos eu, não mudaria seja o que fosse!
VF: Há sempre alguma coisa que, dezenas de audições depois, poderia ser feita de outra forma. Mas, por essa via, ainda hoje estaríamos em estúdio.

Sobre o álbum, como decorreram os processos de composição e de gravação?
AP: O mais descontraidamente possível e sem pressão rigorosamente alguma, quer na sala de ensaio a compor, quer no estúdio a gravar!

QuaI o significado de I Am All?
AP: Quando o Vítor me disse que um dos temas se chamava I Am All disse-lhe logo que o álbum teria que ser chamado assim! O título em si, simbolicamente, é tudo aquilo que os Head:Stoned são dentro do Metal, toda a paixão, o “amor à camisola” e todas as nossas influências, praticamente, são uma mistura de todos os estilos que o Metal apresenta! Nós Head:Stoned somos tudo Metal!
VF: Quanto ao título do tema (que o era antes de ser também o nome do álbum), é algo pessoal, como o resto das letras, que reflete o vasto padrão de emoções e estados de espírito que todos temos (eu, pelo menos, tenho) conforme as diferentes situações em que nos encontramos. De resto, é um título forte e direto, que acabou por ser a melhor solução para dar nome ao álbum.

Como definiriam a música exposta em I Am All?
AP: Puro e duro! Com peso e harmonia! Metal!
VF: Algo entre o pimba virtuoso e o grindcore agrícola melódico……….
AP: Ahahah! E não te esqueças do toque pornográfico que a Maria Alice debita!

O disco acaba por ser um lançamento da MLI. Como se processou a fase de contactos?
AP: Já estavam cientes do nosso trabalho, aquando da edição do EP, e ficaram de dar uma opinião quando o álbum estivesse gravado! E não foi preciso muito para assinarem connosco! Conseguimos encantá-los de rajada! Ahah!

E perspetivas para a internacionalização deste vosso lançamento?
AP: Está nas mãos da editora! A nossa preocupação é interna e dar sempre o nosso melhor cá dentro! O que a editora conseguir fora de portas, será excelente para a banda e, consequentemente, para a editora!

Onde vamos poder ver I Am All promovido em termos de espetáculos ao vivo?
AP: No próximo dia26 março vamos tocar num dos Festivais mais importante do país, o Moita Metal Fest! De resto, nada mais está marcado! Há umas ideias que temos andado a estudar, mas ainda nada de concreto! Já agora o nosso muito obrigado pela oportunidade que nos facultam em podermos dar esta entrevista!

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