Review: Bohemian Kingdom (N. O. W.)

Bohemian Kingdom (N. O. W.)
(2013, Escape Music)
(5.8/6)
Quando, há três anos Force Of Nature saiu, as fundações do AOR abalaram, tal a capacidade criativa, de execução, emocional e melódica demonstrada por Alec Mendonça e os seus NOW. Três anos volvidos, o músico brasileiro volta à carga, de novo com os vocais a serem entregues a esse portentoso vocalista que é Philip Bardwell e com um outro disco memorável e que promete ficar para a história. Bohemian Kingdom pega em todos os predicados do anterior trabalho e eleva-os a superiores patamares de intensidade e beleza. I’m Alive dá um mote de forma energética e com um soberbo refrão que se cola à nossa mente de forma permanente. E daí para a frente, sucedem-se os temas com grandes arranjos, execuções perfeitas de todos os instrumentos, melodias belíssimas e uma indescritível capacidade de criar emoções. Por momentos este Bohemian Kingdom parece mais rockeiro do que o seu antecessor, talvez porque o trabalho do novo guitarrista Juno Moraes se revele mais consistente, criativo e capaz de injetar muita alma ou porque houve um mais forte investimento ao nível da produção. I Feel Divine, é um dos momentos mais altos, um exemplo perfeito de como fazer boa música, com mudanças rítmicas (aliás, uma constante em todo o disco) e um refrão sensacional onde fica bem patente toda a capacidade vocal de Bardwell. Mas, o tema seguinte, Don´t Go Now, sobe ainda mais o nível, com uma base acústica que acalma para uma guitarra bluesy onde os subtis teclados jogam um papel fulcral na manutenção de texturas de rara beleza. Os mesmos teclados que logo a seguir, na power ballad Strong Enough voltam a criar os ambientes perfeitos. Ao quinto tema surge a primeira grande surpresa: a inclusão do saxofone revela-se verdadeiramente brutal. É um daqueles momentos que, seguramente se tornarão imortais! Saxofone que volta logo a seguir para uma calma e mais radio-friendly Tonight Is The Night. No tema título voltam os apontamentos acústicos num dos temas mais hard rock do disco onde o final volta a surpreender com a entrada por campos sinfónicos. Depois, não podia deixar de se referir o tema de encerramento, com mais de sete minutos. Um final perfeito para um disco memorável e intemporal, embora cortando completamente com a linha de orientação trazida até então. No One Can Feel It’s Over é um trecho calmo, triste até, muito sentido. Inesperado, é certo, transpira emoção e sofrimento em cada nota. E beleza. Não sendo muito habitual neste género, acaba por ser uma forma muito pessoal de Alec Mendonça transmitir algumas vivências pessoais e também de demonstrar que para o compositor brasileiro não existem limites, quando o que se pretende é construir canções e álbuns marcantes.
Tracklist:
1- I'm Alive
2- I Feel Divine
3- Don´t Go Now
4- Strong Enough
5- Mary-Ann
6- Tonight Is The Night
7- Bohemian Kingdom
8- Leon’s Going Soft
9- Cassie’s Dream
10- No One Can Feel It’s Over
Line-Up:
Philip Bardowell – vocais
Alec Mendonça – baixo e vocais
Jean Barros – teclados e pianos
Juno Moraes – guitarras e bandolim
Diogo Macedo – Drums
Convidados:
Mike Wallace, Matti Alfonzetti, Church Choir of Mission Viejo (California) – backing vocals
Zé Canuto – saxophone e flauta
Anders Loos - baixo
Lars Chriss - bateria
Internet:
Edição: Escape Music

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