Review: Soul Deserts (And Then We Fall)

Soul Deserts (And Then We Fall)
(2014, Ethereal Sound Works)
(5.2/6)

Os And Then We Fall começam o ano de 2014 a estrearem-se com o seu trabalho Soul Deserts. Duas palavras que podem e ajudam a descrever o que se passa nestes dez temas. Alma, de emoção e sentimento; deserto, de paisagens melancólicas, embora nada estéreis. Em Soul Deserts o rock alternativo, o pop e o gótico cruzam-se de uma forma muito inteligente. A estes ainda devem ser adicionadas incursões pela world music, folk, blues e eletrónica. Dois temas são em português, um em castelhano, os restantes em inglês. Também aqui a abertura a novos ouvintes e ao mundo. Os temas na nossa língua trazem portugalidade: Despertar lembra muito um dos ícones da música nacional – Madredeus; E Mais um Dia sabe a mar! Os arranjos são ricos e inteligentes. A voz de Susana Correia adapta-se com mestria a qualquer registo. Todos os instrumentos são executados de uma forma sensível e com a tal alma anteriormente referida. Não em força (salvo alguns apontamentos) mas com subtileza e inteligência criando atmosferas muito envolventes. Entre estes instrumentos refere-se a colaboração de João Moreira nas flautas, tablas e bongó. Por tudo isso, The Gathering ou os nacionais SymphOnyx e Neonírico acabam por ser referências que surgem ao longo do disco. Anciet Ruins, E Mais Um Dia, All The Pain Inside (surpreendentemente a entrar por campos de blues) e Vultures (longo final que começa calmo em formato balada e que vai endurecendo até ao ponto de se tornar o mais negro momento do álbum), são os temas que se destacam, nesta estreia auspiciosa, bela e com sabores a diversidade e multiculturalidade. 

Tracklist:
1.      Anciet Ruins
2.      Despertar
3.      Rua Away
4.      Until The Morning Comes
5.      Soul Deserts
6.      E Mais Um Dia
7.      Hope
8.      Tu Eres Mi Mal
9.      All The Pain Inside
10.  Vultures

Line-up:
Susana Correia – vocais
David Reis – guitarras
João Ventura – baixo
Paulo Tavares – bateria

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