Entrevista: The Delta Saints


Nome cada vez mais importante do delta blues/rock norte-americano, os The Delta Saints estão a iniciar uma nova fase da sua carreira. Sem harmónica e com um fenomenal novo teclista o álbum ao vivo Live At Exit/In visita os maiores sucessos da banda de Nashville e deixa antever a próxima direção a seguir pelo coletivo. David Supica, baixista, foi o cicerone desta conversa.

Olá David, tudo bem convosco? O tempo passa e a última vez que falamos foi antes do lançamento do excelente Death Letter Jubilee. Desde então, muitas coisas aconteceram com os The Delta Saints. Desde logo este álbum ao vivo. Quando sentiram que era o momento certo para tal? E porquê?
Olá! Está tudo muito bem pelo lado dos The Delta Saints. Atualmente estamos em tournée pelo midwest dos Estados Unidos para promover o novo álbum ao vivo. Decidimos fazer um álbum ao vivo por várias razões. Muitas vezes ouvimos dos fãs que, embora desfrutem dos nossos registos, eles perdem o elemento bruto do nosso show ao vivo. Há realmente qualquer coisa que acontece em palco e que é impossível de capturar num ambiente de estúdio tradicional.

Depois, algumas alterações de line-up como um novo teclista. Como foi a sua adaptação à banda e da banda a ele?
Essa é a segunda razão pela qual quisemos lançar um álbum ao vivo. Tivemos três mudanças de membros nos últimos 18 meses e, finalmente encontramos o nosso teclista Willy. Ele estava nas misturas. Convidei-o quando soubemos que o nosso tocador de harmónica não poderia ir connosco na tournée europeia de dois meses do ano passado. Isto foi apenas 12 dias antes de partirmos. Willy disse que adoraria ir e a primeira vez que tocamos juntos foi numa sala em Espanha! Obviamente, ele levou um par de semanas a trabalhar nas canções e a obter o som correto. Mas Willy é um músico incrível e aprende muito rápido. Depois de uns meses, adoramos tanto o som que temíamos só de pensar não tocar com ele. Por isso, convidamo-lo a entrar na banda. Foi mágico desde então.

Precisamente… agora já não têm harmónica! Considerando o facto de ser um instrumento importante na vossa sonoridade, estão a ponderar convidar alguém para tocar?
A harmónica foi sempre muito importante desde o início da banda. Ainda encontramos pessoas que sentem a sua falta e estão tristes por isso. A verdade é que a harmónica surgiu acidentalmente. Nunca tivemos a intenção de ser uns harmonica blues band, quando nos sentamos no meu apartamento há 7 anos e começamos a tocar música. Simplesmente aconteceu dessa forma. Uma coisa que te posso dizer a respeito desta banda é que nunca estamos sentados. Estamos sempre em movimento e evolução. O som do teclado é algo que nós amamos. E para ser honesto, nós amamos os nossos outros membros e eu adorei o som da harmónica, mas não percas o novo material que estamos a escrever. É novo e refrescante e é a melhor coisa que qualquer um de nós já fez parte em termos musicais. Quem sabe o que o futuro nos reserva para os nossos próximos álbuns, mas posso dizer-te que, no futuro imediato, nós não vamos ter harmónica.

De qualquer forma, deixa-me dizer-te que, neste álbum ao vivo, os teclados são tão espetaculares, que quase nos esquecemos que vocês agora não tem harmónica...
(Risos) É isso que sentimos também. Espera até ouvires o novo álbum!

Há três anos atrás, lançaram um DVD com uma performance ao vivo em Bona. Como vês a vossa evolução como banda ao vivo desde então?
Sentimo-nos uma banda completamente diferente. Crescemos muito desde então. Essa foi a nossa primeira tournée europeia. E a nossa primeira tournée que durou mais de 12 dias. Desde então, fizemos cerca 400 espetáculos, acho eu. E isso é realmente evidente, se ouvires a música para trás. Estamos um pouco mais refinados e arriscamos mais ao vivo. Não temos medo de experimentar e improvisar um pouco. A dinâmica mudou completamente.

E como se sentem a tocar na vossa cidade? Um sentimento diferente…
Adoramos! Estar em tournée é uma azáfama. Novas pessoas, novos alimentos, novas cidades. É tudo muito emocionante e nós gostamos de viajar. Com isto, deixa-me dizer-te que não há nada como olhar para a multidão e reconhecer os amigos. É uma sensação maravilhosa. Proporciona-te um sentido de comunidade e de apoio que é extremamente importante quando se está a tentar ganhar a vida numa banda. Nashville é um dos nossos lugares favoritos para tocar.

Contam com a participação de algum convidado neste álbum ao vivo?
Sim! Um dos nossos bons amigos Marcus que está numa banda de garage rock incrível chamada Omega Swan. Eles abriram para nós na segunda noite do nosso Live At Exit/In. Marcus apareceu numa das nossas músicas mais antigas, Pray On, e fez um trabalho fantástico. Recomendo vivamente a sua banda.

Recentemente estiveram por cá, na Europa. Como decorreram as coisas? Onde estiveram?
No passado, fazíamos tours de 8 e 9 semanas na Europa, que é um período muito longo para estar longe de nossos entes queridos. Esta tournée mais recente foi apenas de 13 dias e foi incrível! Estivemos na Holanda, Bélgica e Alemanha pelo que as viagens também foram curtas. Foi uma bela antecipação para a nossa próxima tour europeia do próximo mês.

É verdade, estão quase a regressar… com Portugal mais uma vez fora…
Mas mal podemos esperar para ir a Portugal! Estamos prontos!

Têm um novo EP gratuito para download, certo? 
O EP foi a nossa maneira de disponibilizarmos uma versão de estúdio de Cigarette para o mundo. Queríamos agradecer aos nossos fãs pelo seu apoio na nossa fase de transição e também para poder conquistar novos fãs.


Três músicas, mas só um original. Mas, pelo que já percebi, já estão a trabalhar num novo álbum de estúdio?
Estamos a meio caminho da gravação do nosso próximo álbum que será lançado no primeiro semestre de 2015. Fiquem atentos!


Bem, foi um prazer conversar contigo. Queres acrescentar mais alguma coisa aos nossos leitores ou aos vossos fãs?
Obrigado pessoal pelo tempo a escrever-nos. O prazer foi nosso. Não se esqueçam de nos acarinhar nas redes sociais para dessa forma podermos convencer a nossa booking team para irmos a Portugal na próxima vez! Obrigado mais uma vez e esperamos vê-vos em breve. 

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