Entrevista: Blame Zeus

Os portuenses Blame Zeus juntaram-se em 2010 e são constituídos por músicos com vasta experiência em vários estilos, com influências que vão desde o blues ao metalIdentity, trabalho de estreia, apresenta ambientes intimistas, sem, no entanto, perder a força do Rock, num somatório das identidades dos membros da banda que se juntaram para nos falar desta aventura.

Olá! Tudo bem? Obrigado por mais esta oportunidade. Há cerca de um ano atrás conversámos e, nessa altura, estavam a preparar alguns temas e ponderavam ir para estúdio. Este trabalho é o resultado desse esforço?
Antes de mais, nós é que agradecemos ao Via Nocturna por ajudar a divulgar o nosso projeto, mesmo quando não havia álbum e ainda estávamos praticamente a começar! Sim, este trabalho é constituído pelas músicas que andávamos a finalizar na altura, mantivemo-nos focados no nosso objetivo e o Identity é fruto disso. A única diferença é que temos mais um guitarrista, o Vítor, que veio melhorar o nosso som em vários aspetos.

Exatamente, podemos começar pelo novo guitarrista. Quando sentiram necessidade de recrutar um segundo guitarrista? O que motivou essa opção e de que forma se repercute no álbum?
Depois de alguns concertos ao vivo, e de analisar essas atuações, reparamos que seria necessário um segundo guitarrista ou um teclista para completar o nosso som, para o tornar mais coeso. No álbum, também fez toda a diferença, porque conseguimos aproveitar o melhor de cada guitarrista e criar jogos harmónicos mais interessantes.

Um nome como Identity tem tudo a ver com este trabalho, na minha perspetiva. Sentem, por isso, que estas músicas têm uma identidade muito própria?
Não só as músicas têm uma identidade muito própria, com influências muito diferentes, como nós, também, quisemos marcar cada uma das nossas partes com as nossas caraterísticas únicas enquanto músicos. Este trabalho traduz o que somos, procuramos fazer algo cru e real, sem máscaras, sem (como diria um grande amigo nosso) photoshop.

Os Blame Zeus apresentam uma vocalista com um registo bastante diferente do habitual, com muito soul. É esta uma das vertentes onde mais se nota essa identidade…
A Sandra tem uma forte componente de formação musical na área do jazz e isso é visível em músicas como a Crystal Ball ou Bed onde claramente a voz é projetada para a sua identidade! É no registo vocal onde se nota mais essa dinâmica que torna as linhas de voz diferentes das habituais para os registos já existentes dentro do rock! Enquanto banda existe uma preocupação em fundirmos os nossos gostos musicais com a nossa formação musical e desta forma fazer deste álbum a nossa identidade, a nossa forma de criarmos um rock diferente com caraterísticas não usuais.

Quais as vossas expetativas para este lançamento?
As nossas expetativas são idênticas às de todas as bandas que lançam o seu primeiro álbum, se por um lado estamos ansiosos em saber qual o feedback que vamos ter do nosso som, por outro estamos orgulhosos pelo trabalho que compusemos, assim como pela seleção das músicas do álbum. Por isso aguardamos pacientemente, e com os dois pés bem assentes na terra, pela resposta do público que nos ouve e queremos sentir essa resposta nos concertos ao vivo que se avizinham.

Desde a altura em que falámos, como foi o desenvolvimento dos vossos trabalhos?
Desde outubro de 2013 que a grande maioria dos temas já estava bem adiantada, tirando um ou outro detalhe. Foi mais uma questão de amadurecimento dos mesmos e limar certas arestas. Entretanto, compusemos a The Apprentice e a Crazy. Em janeiro fizemos uma pré-produção dos temas para estarmos mais cientes de como resultariam em álbum e depois seguiu-se todo o processo de gravação, com um ou outro concerto pelo meio.

E quais foram as maiores dificuldades que tiveram de enfrentar?
Como queríamos fazer um álbum profissional, completo, que demonstrasse exatamente a qualidade da nossa música, houve, inicialmente, a questão monetária. Com ajuda dos nossos amigos, fãs e família, através de crowdfunding, conseguimos juntar dinheiro para impulsionar a produção do disco! Tirando isso, há sempre contratempos, mas com calma, trabalho árduo e foco no objectivo em mãos, conseguimos finalmente pôr o Identity cá fora.

Como descrevem essa experiência de gravar o disco?
Foi meio ano muito cansativo, mas fantástico! Poder ver o nosso trabalho a crescer e a formar-se, a ganhar identidade, é uma sensação única.


Identity é uma edição da Raising Legends, certo? Como se proporcionou essa ligação?
Sim. Com o decorrer das gravações, à medida que o André Matos nos ia conhecendo melhor a nós e, paralelamente, às músicas, surgiu a oportunidade de a Raising Legends Records assegurar a edição do álbum, facto que nos deixou bastante orgulhosos e satisfeitos. Além do perfecionismo na produção, ele tem sido também uma mais-valia na promoção do álbum.

Têm, também, um forte enfoque na criação de letras interessantes. Que temas abordam particularmente em Identity?
As letras, escritas integralmente pela Sandra, têm uma componente muito pessoal. Falam de vivências, descrevem sentimentos… a Accept, por exemplo, fala da sua experiência enquanto cantora e letrista, da inevitabilidade de se ser o que se é, mesmo que se lute contra isso ou se saiba que vai trazer obstáculos e dificuldades.

Em termos de vídeos, já têm alguma coisa retirada de Identity?
Lançámos um lyric video do nosso primeiro single Accept. Em relação a videoclipes, em maio deste ano, gravámos um para a Falling Of The Gods, em parceria com a escola Restart. Infelizmente está em stand by, por razões que nos ultrapassam. De qualquer forma, estamos a planear gravar um novo vídeo, para outro single, que irá ser anunciado ainda este ano.

Agora que o álbum está cá fora, o que têm agendado para o levar para palco?
Para já temos marcada a apresentação do álbum no dia 7 de novembro no Hard Club. Brevemente iremos anunciar a data da apresentação em Lisboa, e outras…

Continuam a apostar na participação em concursos? Isso deu-vos bons resultados numa fase inicial da carreira, não foi?
Agora participamos apenas em concursos online, como o Global Rockstar. Os concursos foram óptimos para ganharmos à-vontade em palco, promovermo-nos, consolidarmos a nossa identidade ao vivo e melhorar nesse sentido, mas achamos que agora está na altura de seguir em frente. Além disso, a maior parte dos concursos não aceita bandas com álbuns editados, portanto, mesmo que quiséssemos, não poderíamos participar.

Mais uma vez obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa ao que foi dito ou deixar alguma mensagem?
Queremos apenas agradecer-vos novamente pelo apoio, agora e sempre, e convidar os leitores a visitarem o nosso site: www.blamezeus.com e a virem conhecer-nos melhor no dia 7 de novembro, no Hard Club!

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