Entrevista: My Own Ghost


Do Luxemburgo não são conhecidas muitas bandas de metal. Mas a situação está prestes a mudar. Os My Own Ghost são muito jovens mas no seu primeiro álbum, Love Kills, apresentam argumentos mais que suficientes para fazer o mundo olhar para eles. Nós por cá, além de olharmos, também fomos conversar com o guitarrista David Soppelsa.

Olá David, obrigado pela tua disponibilidade. Quem são os My Own Ghost? Podes apresentar a banda para os metaleiros portugueses?
Olá! Somos os My Own Ghost do Luxemburgo. A banda foi fundada em 2013 por Fred Brever (guitarra), David Soppelsa (guitarra) e Joe May (baixo). Algumas semanas mais tarde juntaram-se a vocalista Julie Rodesch e o baterista alemão Michael Stein. Depois de tocarmos em alguns locais pelo Luxemburgo, Reino Unido e Alemanha, lançamos o nosso primeiro álbum Love Kills via Secret Entertainment a 13 de setembro.

São, portanto, ainda uma banda muito jovem. O que vos motivou a iniciar este projeto?
Todos nós vínhamos de bandas e projectos mais ou menos bem-sucedidos, e queríamos criar algo novo e fresco a partir do zero uma vez que sentimos que havia algum potencial inexplorado. Cada um de nós tem uma grande paixão e amor pela música. Foi importante para nós que todas as pessoas envolvidas neste novo projeto estivessem a puxar na mesma direção e tivessem as mesmas ambições... e talvez como um bónus, o mesmo estranho sentido de humor. Quando Julie apareceu na nossa sala de ensaio pela primeira vez, imediatamente começou a compor letras para uma canção que tinha acabado de completar e, na mesma noite, gravou os vocais para a canção que se tornaria mais tarde Free Fall. Tudo assentou no seu devido lugar de forma natural e não havia nenhuma dúvida que ela estaria na banda. Michael juntou-se a nós, felizmente, algumas semanas mais tarde e também assentou perfeitamente, tanto musicalmente, como a nível pessoal.

Então, já todos tinham tido experiências similares anteriores a MOG?
Sim, nós ganhamos experiência em diferentes bandas antes e já nos conhecíamos uns aos outros, de uma forma ou de outra. Alguns de nós ainda tocaram juntos em bandas antes dos My Own Ghost. Beneficiamos dessa situação, uma vez que todos têm as suas próprias experiências e agora podemos compartilhá-las com os outros membros da banda, a fim de avançar tão rapidamente quanto possível, sem perder muito tempo com detalhes sem importância.

Quais são as vossas principais influências?
Como todos nós vimos de diferentes origens que vão do pop ao metal, é muito difícil definir as principais influências, uma vez que há muitas. Se tivéssemos que citar algumas, seria The Cure, Paramore, HIM e Asking Alexandria, entre outros, misturados com algum metal old school e coisas hard rock. Nós somos uma espécie de família musical patchwork e através desta diversidade, gostamos de criar o nosso próprio som.

E são do Luxemburgo, nada muito habitual, de facto! Como é a cena no vosso país? Não há muitas bandas conhecidas por aí…
É verdade que o Luxemburgo ainda não está no grande mapa de bandas bem conhecidas. No entanto, temos uma cena musical muito bem desenvolvida com muitos músicos e bandas talentosos, especialmente quando se trata de metal e hardcore. Mas o país é muito pequeno e não há lugares onde possas tocar. A consequência é que algumas bandas tocam nos mesmos bares e clubes uma e outra vez, levando a uma espécie de supersaturação.

Vamos falar de Love Kills, a vossa estreia, correto? Como foi a produção do álbum?
De facto, Love Kills é o nosso primeiro álbum e gravamos num ambiente descontraído com o nosso guitarrista Fred a assumir a gravação e mistura. Gravamos guitarras, baixo, teclados e vocais na nossa sala de ensaios o que nos deu a liberdade de gravar sem qualquer pressão de tempo. Depois fomos gravar as baterias nos Bazement Studio na Alemanha, com Markus Teske, conhecido pelo seu trabalho em álbuns de Vanden Plas, Symphony X, Spock’s Beard e Patrick Rondat. Markus, fez também uma mistura adicional e masterizou o álbum. Todo o processo de gravação e produção levou-nos cerca de seis meses.

O álbum já estava pronto ainda antes de assinarem pela Secret Entertainment. Ficaram responsáveis apenas pela distribuição?
Sim, já tínhamos tudo no lugar e basicamente a Secret Entertainment tratou da distribuição do álbum na Europa e garantiu a sua distribuição online. E, claro, fizeram todo o trabalho promocional do álbum. Este é um aspeto muito importante, especialmente para uma banda nova como nós.

Isso significa que a versão internacional é exatamente a mesma que vocês gravaram?
Há apenas uma versão do álbum. Love Kills contém 13 músicas e começa com o energético Crimson Ground, em seguida, passa para as batidas eletrónicas de Beautiful Mistake e Broken Mirror, incursões pelo piano-driven em Silence e nossa o primeiro single Crystal Ball, bem como canções mais dançantes, como Lost e Bad Love e, em seguida, depois de quase uma hora de música termina com o duplo baixo de Intoxicated.

Falando da Secret Entertainment, como surgiram no vosso caminho?
Trabalhar com a Secret Entertainment é descontraído. Eles são muito profissionais e permitiu-nos ter anúncios e reviews em revistas como a Terrorizer e Legacy. Recebemos muitos comentários e pedidos de entrevista de todo o mundo, que sem o seu apoio não teria sido possível. Como o Luxemburgo é um país muito pequeno, não há muitas revistas e estações de rádio, de modo que a Secret Entertainment deu-nos a oportunidade de apresentar o nosso álbum para um público mais amplo.

Como referiste, Crystal Ball foi o primeiro vídeo filmado a partir de Love Kills. Porque escolheram essa canção?
Quando Julie gravou os vocais para Crystal Ball, imediatamente senti que poderíamos ter algo que talvez pudesse ter uma oportunidade em algumas estações de rádio. A canção acabou por ficar muito melódica e poppy. A melodia é bastante direta e fica na cabeça e todos podem, de alguma forma, relacionar-se com as letras. Depois contactamos com Tom Jungbluth que filmou dois dos nossos espectáculos e depois editou o vídeo. No final, foi a decisão certa, uma vez que foi o vídeo de Crystal Ball no YouTube, que despertou o interesse da Secret Entertainment.

Recentemente tiveram uma experiência no Reino Unido, não foi? Que lembranças guardam desses momentos?
Foi uma grande experiência, com certeza nunca esqueceremos! Em abril de 2014, fizemos uma pequena tournée pelo Reino Unido, tocando, entre outros, no Castelo de Dublin, em Camden Town. Tivemos a oportunidade de tocar com muitas bandas fixes e talentosos e todas as pessoas envolvidas, desde organizadores a técnicos de som, foram muito profissionais e foi um prazer trabalhar com eles. Divertimo-nos muito e tivemos grandes momentos no palco e fora dele e ficámos todos bastante deprimidos quando tivemos que voltar para nossos trabalhos normais na segunda-feira...! Com certeza, esta experiência deixou-nos a querer mais!

A respeito de tours – alguma  coisa agendada para os próximos tempos?
Por enquanto estamos ocupados a preparar alguns concertos no norte da Europa, em abril de 2015. Além disso, gostaria de tocar em alguns dos maiores festivais de verão aqui no Luxemburgo, ou em qualquer outro lugar. E quem sabe, talvez Portugal um dia; tocamos em todos os lugares, se nos permitirem... Também estamos ocupados a procurar uma booking agency. Isso realmente ajudar-nos-ia muito! E entretanto, como nós não estamos sentados em cima das nossas mãos, já começámos a gravar o nosso segundo álbum. Nas próximas semanas, vamos também filmar o nosso segundo vídeo para Silence, cujo lançamento está agendado para janeiro de 2015.

Obrigado David, foi um prazer conversar contigo. Há mais alguma coisa que queiras dizer para os nossos leitores ou para os vossos fãs?
Muito obrigado pela entrevista! Saudamos todos os fãs de metal portugueses! Embora tenhamos uma elevada percentagem de portugueses a viver no Luxemburgo, infelizmente, não conheço muitos fãs de metal portugueses por aqui. Esperemos que isso possa mudar... Podem visitar-nos em www.myownghost.com o, é claro, dar-nos um like no Facebook! Obrigado pelo vosso apoio!

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