Reviews: Fevereiro 2018 (I)

Rotten Dreams (D|SEASE)
(2017, Sneakout Records)
Nasceram das cinzas dos Kardiod, uma banda de tributo aos Rammstein. Falamos dos italianos D|Sease que apresentaram no final do ano passado o álbum Rotten Dreams. São oito temas de rock alternativo, que tanto se inspira no grunge como no eletro-pop, como até chega a pisar, pontualmente, o metal. O baixo distorcido e abrasivo, sintetizadores sinistros e ataques de guitarra envolvem linhas vocais quase sempre com alguma melodia e clareza, o que resulta numa invulgar abordagem musical. O quarteto que criou este trabalho, entretanto, desfez-se, mas o projeto segue vivo em duo com Fabio Balducci (guitarras) e Alberto Niccoli (vocais e baixo). [64%]


Alma|Baltica (DIRGE)
(2017, Division Records)
Nascido para aprofundar o lado mais ambiental dos Dirge, Alma | Baltica recria o jogo sombrio e monolítico da sonoridade dos franceses no seu lado mais atmosférico e abstrato. Trabalhando em espaços, ressonâncias, repetições, texturas e efeitos, os Dirge mostram aqui o seu avatar fantasmagórico feito de teclados analógicas, guitarras ondulantes, envolvente eletrónica, loops e ecos ritmados. Alma | Baltica é o registo de uma viagem sem voz entre linhas etéreas e paisagens sonoras industriais. [61%]


Umbria Noite (INKILINA SAZABRA)
(2018, Dicepeca Records)
… o ser morreu sem rosas, mas com glória de memórias. E assim termina o trajeto dos Inkilina Sazabra. Foram oito anos, quatro álbuns e dois EP’s, e compete a Umbria Noite encerrar, esperemos que não definitivamente, mas apenas este capítulo da vida de um dos mais interessantes projetos nacionais. Mais uma vez, a maquinaria de Carlos Sobral ganha dimensão e projeção sentimental quando acompanhada pelas sublimes linhas de piano e atmosferas frias e pelas letras de Pedro Sazabra declamadas de forma compassada. Neste caso, Umbria Noite retrata, de forma cronológica, as aventuras e desventuras de uma noite, desde as 22:30hrs (ainda no quarto da personagem) até às 9:30hrs da manhã seguinte (em plena ressaca). Um filme sonoro de diversas vivências noturnas. [70%]


Wuthering Nights: Live In Birmingham (STEVE HACKETT)
(2018, InsideOut)
The Night Siren foi o álbum de Steve Hackett de 2017 que lhe permitiu atingir a posição n.º 26 nas charts britânicas. A esse álbum seguiu-se a Genesis Revisited & Classic Hackett Tour que começou nos EUA e se prolongou pela Europa. E é o espetáculo de uma noite de maio, no Birmingham Symphony Hall que agora o ex-músico dos Genesis apresenta em duplo CD e DVD/Blue Ray. Esta tour celebrou o 40º aniversário do álbum Wind & Wuthering, último disco de Hackett com os Genesis, daí que cinco temas desse álbum tenham sido incluídos no set-listEleventh Earl Of Mar, One For The Vine, Blood On The Rooftops, … In That Quiet Earth e Aftergow. Mas outros temas da emblemática banda britânica também foram tocados nessa noite, incluindo Inside & Out (previsto mas não incluído em Wind & Wuthering) entre os novos temas retirados de The Night Siren. [84%]


Half Past Midnight (WILD ROSE)
(2018, Lions Pride Music)
Há mais de uma década, mais precisamente desde 2004, que os Wild Rose são sinónimo de bom AOR/Westcoast. E seria em 2007 que os gregos lançariam o seu primeiro promo single CD intitulado It’s All About Love onde se incluía o seu grande sucesso Too Late. A boa aceitação deste conjunto de temas, bem como o seu crescimento e maturação acabou por estar na origem do lançamento do primeiro álbum, Half Past Midnight, pela Retrospect Records, a 10 de outubro de 2011. Mas, em agosto de 2013, foi oficialmente anunciado que este álbum estava esgotado, tornado os Wild Rose numa das bandas que mais vendeu para essa editora. Aliás, cerca de dois anos depois, era anunciado que o seu segundo disco, Dangerous, também tinha esgotado. A banda assinava com a Lions Pride Music em 2015 e em 2017, juntos decidem dar uma nova impressão ao tão aclamado Half Past Midnight. O álbum aí está, finalmente, para gáudio dos fãs do género, foi totalmente regravado, remasterizado e remisturado e traz dois temas bónus. [79%]

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